Umas casas existem no
nosso reino, onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em
leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta se levantam para obedecer, de
noite, a outro toque de corneta se deitam, obedecendo.
Da vontade fizeram renúncia, como da vida. Seu nome é sacrifício. Por
ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são
generosos, facilmente esplêndidos.
A beleza das suas acções é tão grande que os poetas não se cansam de
a celebrar. Quando eles passam na rua juntos, os corações mais cansados sentem
estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por militares
...
Corações mesquinhos lançam-lhe em rosto o pão que comem, como se os
cobres do pré pudessem pagar a Liberdade e a Vida!
Publicistas da vista curta acham-nos caros de mais, como se alguma
coisa houvesse mas cara do que a servidão. Eles, porém, calados, continuam
guardando a Nação do estrangeiro e de si mesma. Pelo preço da sua sujeição eles
compram liberdade para todos, e a defendem da invasão estranha e do jugo das
paixões.
Se a força das coisas os impede agora de fazer, em rigor, tudo isto,
algum dia o fizeram, algum dia o farão.
E desde hoje, é como se o fizessem. Porque, por definição, o homem de
guerra é nobre. E quando se põe em marcha, à sua esquerda vai a coragem e à sua
direita a disciplina.
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